A Árvore da Serra
Augusto dos Anjos
E esta árvore me serve de empecilho...
É preciso cortá-la, pois, meu filho,
Para que eu tenha uma velhice calma!
- Meu pai, por que sua ira não se acalma?!
Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?!
Deus pôs almas nos cedros... no junquilho...
Esta árvore, meu pai, possui minha'alma!...
- Disse - e ajoelhou-se, numa rogativa:
"Não mate a árvore, pai, para que eu viva!"
E quando a árvore, olhando a pátria serra,
Caiu aos golpes do machado bronco,
O moço triste se abraçou com o tronco
E nunca mais se levantou da terra!
in eu e outras poesias
Não é fácil escrever poemas autênticos, fortes. Augusto foi dos poucos que fizeram isso na literatura brasileira.
ResponderExcluirsim, é verdade!! ele é um dos meus preferidos!!!
ResponderExcluirBelo soneto !
ResponderExcluirHomenagem oportuna - às árvores a ao poeta :)