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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

poema para o dia da árvore

A Árvore da Serra
Augusto dos Anjos



- As árvores, meu filho, não têm alma!
E esta árvore me serve de empecilho...
É preciso cortá-la, pois, meu filho,
Para que eu tenha uma velhice calma!

- Meu pai, por que sua ira não se acalma?!
Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?!
Deus pôs almas nos cedros... no junquilho...
Esta árvore, meu pai, possui minha'alma!...

- Disse - e ajoelhou-se, numa rogativa:
"Não mate a árvore, pai, para que eu viva!"
E quando a árvore, olhando a pátria serra,

Caiu aos golpes do machado bronco,
O moço triste se abraçou com o tronco
E nunca mais se levantou da terra!



in eu e outras poesias

3 comentários:

  1. Não é fácil escrever poemas autênticos, fortes. Augusto foi dos poucos que fizeram isso na literatura brasileira.

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  2. sim, é verdade!! ele é um dos meus preferidos!!!

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  3. Belo soneto !
    Homenagem oportuna - às árvores a ao poeta :)

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