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quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Eu, o litoral e os sertões.

Nasci no litoral. Nesse pequeno espaço de terra localizado entre o Atlântico e a serra do Mar. A maresia corre em minhas veias. Os ventos marinhos sempre foram os responsáveis pelos nós nos meus cabelos e pelos sonhos de desbravamento que nasciam em meu peito. “O que há do outro lado do mar?”, foi à pergunta que ocupou minha cabeça durante muitos anos. Então veio Drummond, me pegou pela mão e me mostrou que “Minas é dentro e fundo”. E foi nesse momento, em que me pus de costas para o mar, que descobri que havia outras perguntas. “O que há do outro lado da serra?”. Drummond, generosamente, me apresentou outros olhares. Pegou-me pela mão e me levou ao grande sertão de Guimarães. E Guimarães me levou além, me mostrou que os homens de dentro da terra conheciam a força dos rios e dos ventos, a sede de caminhar. E Guimarães me levou até Gilberto Freyre, que me fez caminhar entre casas grandes e senzalas e me revelou quem eu era. Eu, uma mestiça litorânea, raquítica e neurastênica, descobri que dentro é que havia o mundo. Agora só me resta florescer. Flor de mandacaru, nascida no litoral e enraizada nos sertões dos homens fortes. “O sertão é um estado de espírito”, disse-me Nonato. Sim, agora eu sei, sou demasiado sertaneja, mandacaru e maresia fazem de mim essa que sou.

Um comentário:

  1. Jovem senhora sertaneja

    É bom ver que o mandacaru e a maresia florescem
    quando vc inaugura novo tempo.

    bj
    Nonato

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