De todos os poetas que devoro, de todos os livros, poemas e canções que ouço ou já ouvi, nenhum conseguiu me radiografar tão bem. Álvaro de Campos é meu aparelho de ressonância magnética, meu ecocardiograma.
"(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)"
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