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sábado, 20 de novembro de 2010

Meio árvore, meio amélia

Não há em mim nem as curvas nem a força das fêmeas.

Não desperto desejos, não crio anseios, não inspiro devaneios e nem causo rubores.

Nenhuma deusa mora em mim. Passo longe das femmes fatales dos filmes noir. Tampouco possuo a brejeirice das gabrielas.

Sonhos? Não os provoco. Vontades? Não as causo. Não tenho admiradores secretos, nem seguidores anônimos.

Sou assim. Meio árvore, meio amélia. Profundas raízes, copa larga sombreando o pátio, sem ninhos ou passarinhos.

Absurdamente só.

2 comentários:

  1. "Vai coa sombra crescendo o vulto enorme
    Do baobá... E cresce n'alma o vulto
    De uma tristeza, imensa, imensamente..."

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  2. A Amélia não é mais a mulher de verdade?
    Solidez e solidão! O poema é muito bonito e triste.

    Maria Cristina Fernandes Francisco

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