ando costurando versos,
tecendo imagens,
bordando sons.
tenho feito bainhas
nos meus medos.
meu corpo foi desconstruído,
esse espaço que habito
não é mais o que eu conhecia bem,
há espaços e silêncios nunca
d'antes revelados,
há ausências.
há outras presenças.
e há o mesmo,
e há o medo.
minha nau é nova agora,
novos rumos
novos ventos.
diante do novo,
há o susto.
diante do susto,
há o abrigo.
"viagem compartilhada,
a desviar das pedras e maremotos."*
tenho trançado poemas
nos meus avessos,
agora só me interessa
o que é de dentro,
o que habita sob,
o que existe entre,
o que respira por,
o que dispensa o mas...
descosturada,
me refaço com carinhos,
renda feita com amores,
com palavras,
poemas
e flores.
*fernando vieira peixoto filho
Que lindo. Estás tão Clarice. Profunda. Maravilhoso poema. Imagens poéticas fortes: emocionantes. Fiquei com mais vontade de dar-te um abraço. Espera-me e verás.
ResponderExcluirEsta é uma noite estranha, dessas que ficam para sempre na memória.
ResponderExcluirUm pouco mais emocionado que o normal.
Obrigado. É uma honra ter o meu nome aqui no seu espaço.
boa definição: "é uma noite estranha, dessa que ficam para sempre na memória"
Excluirobriada digo eu!!