cresceram em mim afetos inimaginados.
morreram antigas paixões.
'quem é o algoz?'
é pergunta repetida à esmo,
é coisa sem solução.
qual é, em mim, a pele que eu habito?
qual?
há pele habitada em mim
ou só há essa ausência que preenche tudo?
'quem é o algoz?'
pergunta meu coração,
quem me abate?
'coso o couro,
mas não coso o corpo'...
cantilena de coxia.
ladainha repetida
pela mãe, de agulha em punho,
dando um jeitinho na roupa"nova"
que a prima não usa mais...
coso o couro.
costuro vozes que cantam
pr'eu dormir.
saudades de quando era pequena
e a felicidade tinha gosto,
e cheiro, de pizza de muzzarela.
Adorei, flor!
ResponderExcluirSaudades... Nem sempre gosto de sentir, principalmente quando dói...
Beijão!
Não a chamo "Flor" - vocativo bonito usado pela Carol. Chamo-a "Universo, Canto, Reverso", ou qualquer outro vocativo, que todos me convêm. Chamo-a "Alexandra Amélia", para dizer-lhe que nos construímos até os oito anos; depois é só complemento. Substantivos e verbos se estruturam na infância e passamos o resto de nossas vidas com os complementos e adjuntos. Eles é que mais machucam. Mas a essência mesmo é aquela garotinha serelepe louca por pitsa de muçarela...
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