“A superação da piedade é por mim incluída entre as virtudes nobres: imaginei, sob o nome de «A tentação de Zaratustra», aquele caso em que um grande grito de angústia lhe chega aos ouvidos, em que a compaixão o assalta como um último pecado, e o quer alienar de si mesmo.
(...)
Se algo em geral se deve objectar contra a doença, contra a fraqueza, é que nela o genuíno
instinto da cura, isto é, o instinto de defesa e de combate, se enfraquece no homem. Não sabemos desembaraçar-nos de nada, não sabemos acabar seja com o que for, nada sabemos repelir – tudo nos fere.
(...)
Isso foi o que entendeu muito bem aquele profundo fisiólogo, Buda. A sua «religião», que antes se deveria denominar higiene, para não a confundir com coisas tão lastimosas como o cristianismo, fez depender a sua eficácia da vitória sobre o ressentimento: libertar dele a alma – eis o primeiro passo para a cura. «Não é pela inimizade que se chega ao fim da inimizade, é pela amizade que se põe fim à inimizade...: eis o começo da doutrina de Buda – aqui não fala a moral, (...)”
Nietzsche
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