tem um poema preso na minha garganta
agarrado nela
com vontade louca de não nascer
e ele fica ali, pendurado,
me arranhando, me fazendo tossir
poema preso nem própolis solta
poema preso carece de nuvens e de vento
poema preso carece de carinho e de cheiro
poema preso carece de colo e e de vinho
carece de sorvete
carece de beijo
e de língua
poema preso é coisa séria
vou metendo os dedos no teclados
pra ver se boto ele pra fora
pra ver se me livro desse nó
dessa trava
dessa traça
dessa coisa que me tira o ar
Putz...é assim mesmo.
ResponderExcluirSe aqui fosse o facebook. Eu, com certeza, clicaria no curtir. Pura verdade. Até o nome eu curti... Até "quem sou eu" ...
ResponderExcluirPoema preso... pensei que fosse só eu...
"Não forces o poema a desprender-se do limbo.
ResponderExcluirNão colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço." (C. D. de Andrade)