tag:blogger.com,1999:blog-28697300876685511222024-03-14T04:01:48.597-03:00Meu CadinhoAlexandra Moraeshttp://www.blogger.com/profile/03019127257188142161noreply@blogger.comBlogger217125tag:blogger.com,1999:blog-2869730087668551122.post-84956289156188234292013-01-23T12:16:00.001-02:002013-01-23T12:16:08.282-02:00amanheci chovendo,
largas poças em minhas calçadas,
pés gelados e úmidos.
mãos fechadas, olhos nublados...
algo mudou...
como? quando?
Alexandra Moraeshttp://www.blogger.com/profile/03019127257188142161noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2869730087668551122.post-29871776475607430972013-01-09T11:53:00.001-02:002013-01-09T11:55:50.757-02:00
Cartas aos Reitores das Universidades Europeias
Senhores Reitores,
Na estreita cisterna que os Srs. chamam de “Pensamento”, os raios espirituais apodrecem como palha.
Chega de jogos da linguagem, de artifícios da sintaxe, de prestidigitações com fórmulas, agora é preciso encontrar a grande Lei do coração, a Lei que não seja uma lei, uma prisão, mas um guia para o Espírito Alexandra Moraeshttp://www.blogger.com/profile/03019127257188142161noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2869730087668551122.post-32785880855565788212012-11-27T08:04:00.002-02:002013-01-10T15:53:38.711-02:00quase humanoo quase humano que há em mim,
parece se contorcer
se dilacerar,
estaria morrendo?
qual nada,
ele está cagando pra mim!!!Alexandra Moraeshttp://www.blogger.com/profile/03019127257188142161noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2869730087668551122.post-57383325597533884372012-11-26T14:36:00.000-02:002012-11-26T14:36:04.870-02:00sem título, com delicadeza
'gosto de delicadezas', 'de delicadezas', 'delicadezas', delicada'...
a frase lida, ainda soa na cabeça,
posso ouvi-la repetindo:
'delicadezas, delicadezas'...
ouço-a e quase posso ver
os olhos de jabuticaba
- delicados e doces -
se fechando num desejo
não te entendo
não sei quem você é
não falo sua língua,
mas, também eu,
gosto de delicadezas,
e uma parte quase humana
Alexandra Moraeshttp://www.blogger.com/profile/03019127257188142161noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2869730087668551122.post-31609690654030029972012-10-04T20:13:00.001-03:002012-10-05T11:17:11.717-03:00o vento desenrola os cabelos e as dores
era
noite quando ela começou a caminhar. não sabia ao certo aonde ir ou o que fazer.
mas havia a estrada. o devir, o amanhã... o ônibus! ‘filho-da-puta!’.
certo, respira, mentaliza o azul...
azul!... azul é o caralho!
cada
vez que fecha os olhos, vê a cena mais dolorida que já viu na vida! e mesmo que
nesse momento se sinta um monstro por considerar essa cena, dentre tantas
outras Alexandra Moraeshttp://www.blogger.com/profile/03019127257188142161noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2869730087668551122.post-38105669239716021012012-09-21T18:54:00.000-03:002012-09-21T18:54:13.325-03:00poema para o dia da árvore
A Árvore da Serra
Augusto dos Anjos
- As árvores, meu filho, não têm alma!E esta árvore me serve de empecilho...É preciso cortá-la, pois, meu filho,Para que eu tenha uma velhice calma!- Meu pai, por que sua ira não se acalma?!Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?!Deus pôs almas nos cedros... no junquilho...Esta árvore, meu pai, possui minha'alma!...- Disse - e ajoelhou-se, numa Alexandra Moraeshttp://www.blogger.com/profile/03019127257188142161noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2869730087668551122.post-20142346319345475242012-09-20T12:55:00.001-03:002012-09-20T12:56:44.630-03:00as múltiplas vozes da alma IIICaisMario QuintanaNaquele nevoeiroProfundo profundo...Amigo ou amiga,Quem é que me espera?Quem é que me esperaQue ainda me ama,Parado na beiraDo cais do Outro Mundo?Amigo ou amigaQue olhe tão fundoTão fundo nos meus olhosE nada me diga...Que sorriso esquecido...Ou radiante facePuro sorrisoDe algum novo amor?!mario quintana. in: aprendiz de feiticeiroAlexandra Moraeshttp://www.blogger.com/profile/03019127257188142161noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2869730087668551122.post-23886677462373711942012-09-11T23:10:00.001-03:002013-01-10T15:56:22.576-02:00'chore, amor, chore''sente-se à minha janela, amor, olhando a chuva...'*pegue minha mão,esvazie o pensamento,encha-se de versos,cantarole uma canção.'sente-se à minha janela, amor,'
* e me escreva longas cartas:fale-me de meus cabelos longos,de meus lábios doces,dos meus olhos de noite...e 'chore, amor, chore',* chore muito, chore tanto,e cante,e dance,e goze,e seja,e sonhe...'o tempo continua passando...'Alexandra Moraeshttp://www.blogger.com/profile/03019127257188142161noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2869730087668551122.post-32528447512487675392012-09-06T16:51:00.006-03:002012-09-06T22:19:42.962-03:00um atletismo afetivoé preciso admitir, no ator, uma espécie de musculatura afetiva que corresponde a localizações físicas dos sentimentos. o ator é como um verdadeiro atleta físico, mas com a ressalva surpreendente de que ao organismo do atleta corresponde um organismo afetivo análogo, e que é paralelo ao outro, que é como o duplo do outro embora não aja no mesmo plano. o ator é como um Alexandra Moraeshttp://www.blogger.com/profile/03019127257188142161noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2869730087668551122.post-22086805629577432232012-09-03T12:35:00.001-03:002012-09-03T12:35:03.761-03:00sem título XL
a
vida
trançada
em fitas coloridas,
me
leva ladeira
acima
me
põe na torre
me
tranca
e
vai
sozinha
costurada
desconstruída
faço
das paredes
meu
altar
Alexandra Moraeshttp://www.blogger.com/profile/03019127257188142161noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2869730087668551122.post-28223288007565519352012-09-03T11:46:00.002-03:002012-09-03T12:42:14.813-03:00nome
meu
nome é tempo
tempo
parado
tempo
passado
tempo
esquecido
tempos
atrás
meu
lugar é onde
onde
estive
onde
não vivo
onde
não sei
minha
hora é depois
depois
do sonho
depois
do vento
depois
do tempo
Alexandra Moraeshttp://www.blogger.com/profile/03019127257188142161noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2869730087668551122.post-36050588870520269522012-09-03T00:05:00.000-03:002012-09-03T12:35:39.736-03:00sem título XXXIX
há
o não dito,
o
inventado,
o
posto de lado,
a
ausência da ação
(em
minhas caixas de costura nascem novos botões, velhos vieses. ritos antigos. um
dedo ferido na roca.)
Alexandra Moraeshttp://www.blogger.com/profile/03019127257188142161noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2869730087668551122.post-6396752922967475042012-09-02T23:56:00.001-03:002012-09-03T11:48:02.609-03:00sem título XXXVIII
peguei
a caixa de costuras
os
trapos
linhas,
agulhas
dedais,
deite-me
no tecido
marquei meu
corpo
com
giz rosa
me
enchi de macela,
camomila
e alecrim,
me
fiz cheirosa,
me
vi em mim...
Alexandra Moraeshttp://www.blogger.com/profile/03019127257188142161noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2869730087668551122.post-63690966067241682132012-09-02T23:42:00.001-03:002012-09-02T23:42:18.767-03:00trigrama VIIo sol com preguiça
se alonga
dentro de mim.Alexandra Moraeshttp://www.blogger.com/profile/03019127257188142161noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2869730087668551122.post-51284050484446306422012-09-02T23:40:00.000-03:002012-09-02T23:40:05.194-03:00trigrama VIcorpos apressados -
sob as nuvens
as flores azuisAlexandra Moraeshttp://www.blogger.com/profile/03019127257188142161noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2869730087668551122.post-4087766438210275442012-09-02T23:31:00.003-03:002012-09-02T23:31:44.981-03:00sem título XXXVII
me
sinto como o peter pan,
minha
sombra descosturada
passeia
pelas paredes do
quarto,
alinhavo
mal feito
pontos
soltos,
sem
acabamento.
brinco
de esconde-esconde
com a wendy...
procuro
pares
nas
meias perdidas
-
por quanto tempo? -
Alexandra Moraeshttp://www.blogger.com/profile/03019127257188142161noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2869730087668551122.post-66125212352066385622012-09-02T19:19:00.001-03:002012-09-03T11:46:46.985-03:00sem título, sem voz, sem maiúsculas
eu sou muda! eu sou muda!
eu gritava e ninguém me ouvia!
não me ouviam porque eu sou muda!
é por isso que eu grito,
mas se eu não tenho voz, de que
adianta gritar? de quê?
haverá algum chapolin colorado
capaz de salvar? um de vocês? não! claro que não, vocês todos só querem ver,
são voyers, imprestáveis, imóveis... sentados em suas certezas absolutas,
mascando chicletes e cagando nos Alexandra Moraeshttp://www.blogger.com/profile/03019127257188142161noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2869730087668551122.post-58383045462411153252012-09-01T16:42:00.005-03:002012-09-05T23:16:59.698-03:00o que você quer saber de verdadeontem fui ao show da marisa monte. presente de filha, acalanto, carinho...
um espetáculo maravilhoso, sonora e visualmente.marisa canta emoldurada por obras de artistas contemporâneos, numa instalação poeticosonoravisual belíssima! e marisa nos respeita, todos os detalhes estão pensados, amarrados, de tal modo que o que aparece é o espetáculo,o conjunto, o coletivo.nem nos lembramos das Alexandra Moraeshttp://www.blogger.com/profile/03019127257188142161noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2869730087668551122.post-56385446064590697302012-09-01T02:35:00.001-03:002012-09-01T02:46:59.661-03:00lusitanidades ICanção de Madrugar
Ary dos SantosDe linho te vestiDe nardos te enfeiteiAmor que nunca viMas sei ...Sei dos teus olhos acesos na noiteSinais de bem despertarSei dos teus braços abertos a todosQue morrem devagar ...Sei meu amor inventado que um diaTeu corpo pode acenderUma fogueira de sol e de fúriaQue nos verá nascerIrei beber em tiO vinho que piseiO fel do que sofriE deiDei do meu corpo umAlexandra Moraeshttp://www.blogger.com/profile/03019127257188142161noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2869730087668551122.post-3683035215242285442012-08-29T14:00:00.003-03:002012-08-29T14:00:30.261-03:00sem título XXXVIhá tantas vozes
tantos sons
guardo em mim um desejo:
queria ouvir todas as canções que existem!
acalanto
voz doce que me embala
e me leva pra longe
e me leva de volta ao tempo ancestral
ao que há antes do início
'a minha estrada'*
a nossa estrada
nossa órbita e nosso sol
passeios, luzes
com você eu danço!
marcia, in álbum dá
Alexandra Moraeshttp://www.blogger.com/profile/03019127257188142161noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2869730087668551122.post-2460677266024727782012-08-29T12:27:00.002-03:002012-08-29T12:28:13.686-03:00sem título XXXVa cidade entra pela janela atras de mim
buzinas, roncos, gritos, freadas, sirenes.
a cidade vem gritar em meus ouvidos,
me perturbar, me trazer de volta.
a cidade não me deixa só,
ela tem medo dos meus pensamentos, não me permite.
a cidade quer me sitiar,
me excluir, me tornar igual, me diluir.
mas eu não me entrego, puxo a cortina,
inundo a sala de lavandas, respiro bem devagar e volto!
Alexandra Moraeshttp://www.blogger.com/profile/03019127257188142161noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2869730087668551122.post-30520177331830715722012-08-29T12:13:00.000-03:002012-08-29T12:31:05.307-03:00as múltiplas vozes da alma IVNunca
Vitor Paiva
Nunca, diga não pra mim
Eu não vou poder trabalhar, conversar, descansar sem o seu sim
Seja sempre assim
Por favor me dê um sinal
Um cartão postal, um aval dizendo assim
'não, não é o fim, dure o tempo que você gostar de mim
Entre o não e o sim, só me deixe quando
o lado bom for menor do que o ruim'
Nunca se esconda assim
Eu não vou saber te falar, te explicar que
Eu também meAlexandra Moraeshttp://www.blogger.com/profile/03019127257188142161noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2869730087668551122.post-5876711039676378412012-08-25T13:32:00.000-03:002012-09-06T16:50:18.586-03:00o teatro da crueldade II
segundo manifesto
'confesso ou não-confesso, consciente ou inconsciente, o estado poético, um estado transcendente de vida, é no fundo aquilo que o público procura através do amor, do crime, das drogas, da guerra ou da insurreição. o teatro da crueldade foi criado para devolver ao teatro a noção de uma vida apaixonada e convulsa; e é neste sentido de rigor violento, de condensação extrema dos Alexandra Moraeshttp://www.blogger.com/profile/03019127257188142161noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2869730087668551122.post-59629353690818570372012-08-24T21:18:00.000-03:002012-08-24T21:22:30.735-03:00bodas de porcelanaencontrei o lu no dia do aniversário do leminski. só podia ser presságio!
comemorando com poesia:
AMOR BASTANTE
quando eu vi você
tive uma idéia brilhante
foi como se eu olhasse
de dentro de um diamante
e meu olho ganhasse
&Alexandra Moraeshttp://www.blogger.com/profile/03019127257188142161noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2869730087668551122.post-16269929797003852802012-08-20T02:24:00.000-03:002012-09-06T16:43:13.329-03:00o teatro da crueldade
primeiro manifesto
'o teatro só poderá voltar a ser ele mesmo, isto é, voltar a constituir um meio de
ilusão verdadeira, se fornecer ao espectador verdadeiros precipitados de sonhos, em que
seu gosto pelo crime, suas obsessões eróticas, sua selvageria, suas quimeras, seu sentido
utópico da vida e das coisas, seu canibalismo mesmo se expandam, num plano não
suposto e ilusório, mas interior.
emAlexandra Moraeshttp://www.blogger.com/profile/03019127257188142161noreply@blogger.com9