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Um lugar para chamar de meu. Meu sítio virtual. Meu cadinho.

Lugar de gritos e sussurros. Pedaço de mim.

'Onde eu possa juntar meus amigos, meus discos e livros...'

quarta-feira, 13 de junho de 2012

sem título XXXIII

meu coração
barco ancorado
mudo, acuado,
anseia calado
pelos ventos do mar

trigrama V

sossega, leão.
zebra tem listra,
mas é livre...

trigramas IV

dos galhos da amendoeira
caem poemas, folhas,
sorrisos e saudades.

trigramas III

a folha cai.
outono?
saudades...

trigramas II

dias claros.
nos olhos
o frio

no fusca

como dois e dois
são quatro
prefiro ir a pé

trigramas I

dias frios
o sol tão longe
como você

sexta-feira, 8 de junho de 2012

pensamentinho de dentro II

o último ano não foi nada fácil. pra falar a verdade, o último ano foi difícil demais! ter a morte como companheira não é um execício fácil, exige retidão, disciplina, coragem. mas a morte é uma preceptora formidável! a morte ensina por dentro, tira das vísceras as respostas mais difíceis.  

olhar de filarmônica não é fácil, não mesmo! olhar cada parte do todo separadamente sem perder de vista o conjunto. 

é o medo que nos dá coragem. e quando não sentirmos medo, o que será de nós?


o amanhã chegando


minha compreensão está
encarcerada nas paredes da cidade
meus sonhos esquecidos
ideias adormecidas
desejos presos


(iluminação é perceber que só há metafísica nos chocolates. iluminação é recusar a luz.)


só por natureza ou
por condição?
ou ainda condução?
há caminhos abertos
curvas fechadas
lama e sol.
uma gama de possibilidades.


('em certas tatuagens não devemos confiar', é o que me confidencia o poeta numa livraria no largo do machado. há metafísica no largo do machado.)


entre o aqui e o agora
há a presença da 'magra',
da que lembra de tudo
da que não perdoa.
e o porvir?
e o depois?
amiga fiel
a única da vida toda.


(vou me tatuar no escuro. figura íntima e singular. vou me tatuar de vento, de movimento. tatuar o amanhã chegando...)