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Um lugar para chamar de meu. Meu sítio virtual. Meu cadinho.

Lugar de gritos e sussurros. Pedaço de mim.

'Onde eu possa juntar meus amigos, meus discos e livros...'

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Repleta de Sol

É quase inverno, mas um sol quente me esquenta enquanto escrevo, aqui nessa pedra olhando o mar.
A minha volta as pessoas passam apressadas, atarefadas e nem reparam no sol, no vento ou no mar. Paisagem cotidiana que vai perdendo a cor à medida que se torna familiar.
Mas, sentado bem a minha esquerda, um homem pinta a paisagem, cavalete, tela, tinta e um olhar ávido que não perde nada: o barquinho do pescador, o iate do magnata, nem mesmo essa que vos fala ficou de fora da tela.
Quando sentei aqui pensando no que escrever e vi as pessoas com passos rápidos cumprindo suas rotinas, achei que escreveria algo triste, amargo e seco como elas, mas esse homem à minha esquerda me fez lembrar de algo que li há muito tempo: “(...) A morte é a única conselheira sábia que possuímos. Toda vez que sentir, como sente sempre, que está tudo errado e você está prestes a ser aniquilado, vire-se para sua morte e pergunte se é verdade. Ela lhe dirá que está errado; que nada importa realmente, além do toque dela. Sua morte lhe dirá: ‘Ainda não o toquei’. (...)”
É. Nada disso importa e cabe à mim beber desse sol, desse mar, me deixar lamber pelo vento e não me deixar esquecer que sou eu quem escreve a minha história e que ela pode sim ser quente e clara, intensa e doce, louca e feliz.
Sorrio. Fecho meu caderno e vou embora com a alma e o corpo repletos de sol!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Abrindo as comportas (e as compotas)

Escrever pra mim é mais antigo que gostar de chocolate. Quer dizer, escrever pra mim é tão antigo quanto gostar de chocolate. Sempre escrevi. Muito. Compulsivamente. Milhões de papeizinhos espalhados por toda parte. Fragmentos. Desabafos. Declarações. Sou muito falastrona e muito impulsiva. Durante esses tantos anos em que acumulei escritos, fiquei sempre esperando a hora certa de mostrá-los a alguém. Mas sou também muito insegura. E se não gostassem? E se fosse tudo tão absolutamente terrível que nunca merecesse ser visto? Sou falastrona - já disse isso – e escrevo como quem fala. Nunca parei para me preocupar com a forma como escrevo, sempre dei mais atenção ao queria dizer. Meus escritos são minhas confissões, meus berros, meus medos e coragens. Pois bem, agora que já sou avó, que já plantei muitas árvores, acho que chegou a hora de deixar que leiam o quê escrevo. Pode ser que realmente fique provado que nada disso tem a menor importância, mas ainda assim resolvi dar a cara a tapa, colocar o meu na roda e ver no que vai dar.